" Meu medo afundo de mim. / da estante

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Meu medo afundo de mim.

O que me faz escrever é a possibilidade de desabafar. Contar às criaturas insanas que me seguem. Cada passo meu é contado, só louca como eu anda contando passos de medo.
Vejo o quão solitárias são minhas tentativas de mudar essas criaturas que me possuem sem que eu perceba, boas e más.
A pobre criatura que agora, nesse mesmo instante que você lê, quer fazer-me parte sua com meu desprezo. Sensação e realidade. Um sonho como o meu insiste em pôr em minha mente que o chão afunda e afunda sem triscar e me balança fazendo cair em um abismo. E ainda tenho medo, como quase tudo, sem fim. O céu escurece e as nuvens perdem a cor brilhante e vertiginosa, com o sol que não existe mais, escondeu-se na escuridão. Talvez seja a infância, as dúvidas, imaginações...

Escrevo para expressar, e me ponho em personagens para não tornar tão nítido o meu mundo, que é mais difícil - não sei se essa é palavra certa para usar -, mas arrisco porque quem não ousa não vive. Tenho que superar os medos. Uso a leitura em função disso, e tento passar para leitores um pouco de mim. E ainda escrevo pra mim.
O chão não pára de ceder mas me acostumei com a ventania, o abismo, a escuridão, o sofrimento, minhas dúvidas, meu medo sombrio e frio.

Um comentário

  1. também acostumei com a ventania do sul, que me arranca a cara e me deixa desnorteado toda manhã, o sofrimento também, ele é constante, é de todas as formas, não dá tregua, e é, tudo sombrio e frio.

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