" meu instante / da estante

sexta-feira, 28 de maio de 2010

meu instante



Eu tenho medo. Não quero que os instantes fujam das minhas pequenas mãos, que escorreguem por entre os meus dedos, e acabar por perdê-los.

No instante, quero vivê-lo não intensamente o escrevendo, ou lendo-o com avidez procurando o nexo na insanidade dos tempos, tempos estes que fazem os meus instantes e, pensando bem, a insanidade tem seu sentido. No meu mundo de metades, metade profano, metade ermo, não me cabe, não lhe cabe pensar isso, não nos cabe, em nenhuma metade. Nem na sua léria nem na minha estão todas as palavras, não cabem no instante, meu instante nulo, me pertence.

3 comentários

  1. não me resta tempo, instante, só a ancia, a impusividade, eu me sinto a mil!

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  2. Não haveria instante nulos, se tudo tivesse uma explicação.O meu é assim, sem por que, sem ancia é nulo. Me serve mas não sei ainda aproveitá-lo, mas tenho medo que ele me fuja.

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  3. Não há instantes nulos. A explicação que procuramos para as nossas dúvidas, nos impedem de viver e terminaremos nossos dias tentando obter respostas para aquilo que não nos pertencem, enquanto nossa alma está sedenta de paz (não uma paz ausência de conflito, mas uma paz que em meio aos conflitos possa nos dá força para sobreviver). Portanto, todos instantes nos pertencem os nulos, os válidos, e não saber aproveita-los é comum, apenas seja você mesmo em cada momento, ai você realmente estará aproveitando....

    Entre antíteses, um ótimo texto. Gosto muito da sinceridade em que colocas em seu texto.

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Maira Gall