" setembro 2011 / da estante

sexta-feira, 2 de setembro de 2011


Ela olhou-a fixamente, com um adeus nos olhos, nenhuma lágrima, aperto no peito, nó na garganta, trêmulas, corpos distantes, sentimentos que se tocavam. Lágrimas de sangue brotaram dos olhos de ambas, nenhuma palavra, inesgotável suor, sucessão rítmica de desespero.
Abruptamente se afasta, se distancia, caminhando lentamente, nem olha para trás.
Enquanto a outra, sem fala, enxuga seu rosto avermelhado e caminha, caminha em outra direção... Olha para o lado e já não vê (talvez porque não quisesse) a sua, já não mais sua, ou nunca tenha sido sua, embora ela achasse que tivera. Nenhum manifesto. Nenhum aceno.
Apenas uma dor, uma dor incessante.
© da estante
Maira Gall