Às vezes eu pareço ter perdido as forças. Eu sei que as coisas não saem sempre do modo que desejamos mas descobri que há esperança. Um amigo escreveu sobre o abismo, lembrei-me vagamente do que escrevi há um tempo:
O desejo incontrolável de me jogar e me livrar dos medos me leva a um precipício sem fim e eu sei plenamente que se me jogar não terei mais volta. Estou sem opções para continuar e dar o passo a frente, farei de mim o meu calvário, e desfrutarei da dor de me jogar no abismo mais profundo que há. Confesso, eu tenho o grande desejo de me acabar e olhando para trás vejo tudo que passou, memórias ralas, na plenitude do meu silêncio macabro. Aprecio-me encarando a ribanceira do "eu" pior. O melhor momento dessa vida desconexa é o abandono de si, para cair, chorar e sorrir, se distrair e cair, de todas as formas cair, cair de cabeça para que a dor seja direta e letal. Enfim, jogar-me no precipício, no abismo de mim, suicidar-me, ganhando nova vida para errar. Só acertar quando der o passo a frente.
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