" Há o tempo que há / da estante

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Há o tempo que há


Às vezes eu pareço ter perdido as forças. Eu sei que as coisas não saem sempre do modo que desejamos mas descobri que há esperança. Um amigo escreveu sobre o abismo, lembrei-me vagamente do que escrevi há um tempo: 
O desejo incontrolável de me jogar e me livrar dos medos me leva a um precipício sem fim e eu sei plenamente que se me jogar não terei mais volta. Estou sem opções para continuar e dar o passo a frente, farei de mim o meu calvário, e desfrutarei da dor de me jogar no abismo mais profundo que há. Confesso, eu tenho o grande desejo de me acabar e olhando para trás vejo tudo que passou, memórias ralas, na plenitude do meu silêncio macabro. Aprecio-me encarando a ribanceira do "eu" pior. O melhor momento dessa vida desconexa é o abandono de si, para cair, chorar e sorrir, se distrair e cair, de todas as formas cair, cair de cabeça para que a dor seja direta e letal. Enfim, jogar-me no precipício, no abismo de mim, suicidar-me, ganhando nova vida para errar. Só acertar quando der o passo a frente.

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