" Peso que peso. / da estante

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Peso que peso.

A existência pesa. Os mares dentro de nós revoltos estão.
As lágrimas pesam dentro d’alma, d’água.
E a dor ao te ver passar por mim e tão longe estar sempre.
É a dor da perda incalculável, perda essa que não se preenche.
Todos os ventos estão vindo em minha direção, estou na decadência de mim, está me possuindo, consumindo.
Essas unhas vermelhas e vivas revelam um ser morto, em cor, em dor, em amor.
Os passos são contados, por medo de mim, esbugalho os olhos para me enxergar melhor e ultrapasso as lentes. Não há nada frente ao espelho, não há sombra ao verso da luz, fluoresce, incandesce e nada há de turvo, de alma de calma. A lágrima cai, mas ainda sinto uma vermelhidão à chegar, e quem sabe as garras felinas não ajudam a colorir, a esculpir.
A minha complexidade reluz, a minha autenticidade nem me seduz, esse jeito desprovido de papas na língua, que é o jeito escolástico de ser. Talvez, tudo emudeça e volte simplesmente a “ser”, mas, não como era antes.

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